terça-feira, 22 de junho de 2010

Twitteromania

Twitteromania



Small is beautiful. Quando escrevo “O pequeno é lindo”, em inglês, isto não é uma cantada no “simpatico” Dunga. Penso antes no twitter, como uma forma minimalista de comunicação que está modificando o cotidiano das pessoas, em níveis locais e globais, aproximando as fronteiras entre indivíduos e culturas. Artistas, políticos, empresários, jornalistas, pesquisadores, estetas, etc., tribos diversas estão em sintonia por meio deste novo dispositivo, que de algum modo, substitui o clássico telegrama. O twitter é ágil, ligeirinho como um trinado de passarinho (o ícone, a figurinha no “cabeçário já traduz essa idéia). Mas o fato é que está modificando as rotinas de produção e consumo das notícias, transformando o trabalho dos jornalistas e derrubando os muros de um sistema que monopolizava a informação para um segmento de letrados. Homens, mulheres, ricos, pobres, jovens, veteranos, todos atuam em comunicação permanente através destes miniblogs (espécies de diários pessoais-coletivos).
Hoje na era da velocidade, e da liquidez readical, quase não temos tempo de reencontrar os amigos, antigos companheiros de jornada: é pela via das redes sociais que encontramos os flashes rápidos, fragmentos de discursos, dos nossos (velhos) conhecidos. Pelos twitters vamos tecendo as nossas redes de socialidade: um trabalho em migalhas. São trinados poéticos, políticos, pedagógicos, publicitários, jornalísticos que vão irrigando os nossos fluxos informativos; fazem parte doravante dos nervos do nosso sistema mental.
Penso no jornalismo como um campo que tem se transmutadodo e se revigorado por todas as arestas do social também pela ação dos twitters. Dos recônditos espaços mais intimistas à midiosfera, espaço público virtualizado pela digitalização, uma imensa rede global vai sendo construída, interligando os seres, os fatos e suas versões dispersos na espessura da vida cotidiana. Anônimos e celebridades participam dessa imensa teia significante, inscrevendo novas projeções através dos trinados, pequenas escritas cibernéticas. Ecos murmurantes para uns, e para outros, oportunidades para a reverberação da vontade de se comunicar, para a representação de si, expressão instantânea dos nosos afetos e desafetos.